Na Região da Amazônia, existe um lugar chamado Atalaia do Norte. Um local de 5 Mil habitantes que vivem entre o rio e a mata, localizada na fronteira peruana e é uma das maiores reservas indígenas do Brasil. Lá existe um grupo de teatro que enfrentam a frustração e crítica do público de um Festival de Folclore que acontece todo ano e o assunto abordado na peça é sempre sobre alguma lenda da região . Nesse grupo, existem integrantes que sempre foram de opiniões contrárias aos temas apresentados ou acomodados a eles.
No meio disso tudo, um jovem, índio da tribo Marubo – É o primeiro a levantar a questão de que se devem mudar os temas sempre abordados nas peças de teatro – e se espalha um rastro de incômodo aos mais antigos e responsáveis pelo grupo.
O nome desse rapaz é Geum, mais conhecido como Ge , bonito, tem 25 anos. Sempre foi criado na aldeia dos Marubos, apesar de nunca ter conhecido seus pais, teve uma figura feminina importante: sua tia.
A cidade de Atalaia do Norte e suas vizinhanças mesmo depois de muitas gerações continuam da mesma forma e o grande reduto da população é de miscigenação de peruanos e índios da Amazônia. Fato este, que despreocupa os acontecimentos futuros do local.
Ge, Ramon e Paola, se conheceram no teatro. Ramon e Paola sempre acharam Ge, muito sonhador e o admiravam por isso e mais ainda por ser ele um inovador. Além de ter um sonho de ser ator, Ge liderava um grupo de artesãos de sua aldeia de “tecedores de redes” . Vendia para quase todas as cidades da Região Norte e Nordeste por um preço muito nobre, mas era muito respeitado e reconhecido por todos. Trazia para a sua tribo desde notícias à inclusão digital … Pois a cidade ainda é um entreposto comercial, conhecido como “Remate” – troca de mercadorias.
Ramon e Paola são irmãos. Ele tem 25 anos e ela 20, e eles são da cidade de BC, fronteira com o Acre e vizinha da cidade de Atalaia (onde todo mundo parece japonesinho – difícil saber quem é índio, peruano ou ribeirinho), apesar de serem como índios americanos e brancos. Uma Cidade que já sofre com os poderes da indústria-sócio-econômica e desmatamentos a todo instante. Eles vivem em Atalaia, no sobrado em cima de um bar que vende peixe frito e açaí – Bar da Barracuda.
Ge recebe sempre os visitantes da cidade e sempre prepara seus artesãos para as comemorações anuais da Festa de Folclore Junina. Há mais de um ano Ge tenta aprimorar a idéia da mudança nas peças, pois ele quer demonstrar como as coisas mudaram e porquê cada vez mais a cidade tem recebido menos pessoas para os festivais de dança e principalmente de teatro, que eram as atrações principais. Só assim a grande maioria da população saberia o que estava acontecendo.
Por sua ansiedade, Ge é afastado do grupo de teatro que o via como uma ameaça, e se propõe a ter uma segunda opinião. Informa a todos que competirá no próximo festival, pois nunca havia tido a oportunidade de usar suas opiniões sobre a atual e futura Amazônia com as lendas, transformando assim sua cidade.
Após essa mudança, Ramon o procura e diz que quer fazer parte dessa parceria, pois não via futuro em um grupo que não mudaria. Ge, diz que precisarão ensaiar muito até o festival e eis que Paola, por ser irmã de Ramon, os segue mesmo contrariada e participa desse trio para essa nova etapa. O líder diz que pretende falar como será a Amazônia de 2050.
Ge os leva para a tribo de Marubo, que ao entardecer é um paraíso. Ele apresenta sua aldeia e mostra as malocas onde dormiam. Ainda se podia ver alguns dos nativos com enfeites típicos à tradição da aldeia. Depois os leva para conhecer a cachoeira “Pequenina”. Após 20 minutos de trilha podiam perceber diversas pessoas da tribo que pareciam estar participando de algum ato como uma seita. Podiam ver de longe uma chuva quando o rio desembocava na parte baixa da cachoeira como chuva e logo depois, um lençol de borboletas amarelas os cobriam e eles ficavam ali, meio que em transe, e falando em outras línguas.
Paola, injuriada por não saber o que tudo aquilo iria agregar no tema abordado por Ge, pergunta por que os levara ali. Ge os apresenta o Daime (Chá) que é da seita Santo Daime que é considerado a “Religião da Floresta” e diz que através deste, podem viajar no tempo e ver como será a Amazônia em 2050. Mesmo achando loucuras e por tempos se passar e nada acontecer, os dois irmãos retornam a tribo de Ge e experimentam o chá que os levariam a viajar no tempo.
Eis que o trio chega nesse período como líderes da Aldeia. Ge percebe que tem uma forte ligação com Paola, e com o tempo descobrem que são casados mas não se envolvem amorosamente enquanto estão ali (futuro). Conforme os mistérios vão se desenrolando descobrem que somente a tribo de Marubo é sobrevivente em meio aos desmatamentos e tecnologias que chegaram a outras cidades e a missão deles é reflorestar e repassar a importância do desenvolvimento sustentável para todos os povos que foram perdendo sua cultura, seus costumes e por isso ficam doentes e em desespero tornam-se pessoas agressivas que lutam pela sobrevivência … Haverá lutas para manter Marubo e ressuscitar as cidades que morreram.
Quando voltam, percebem que podem apresentar a conscientização através de uma peça de teatro informando o que pode acontecer (aparecendo à cena no final da peça). As pessoas aplaudem de pé … E a partir daí, eles percebem como se tornam líderes de Marubo. Ge se casa com Paola.
No decorrer …
A idéia é mostrar sobre os povos sobreviventes e as guerras, além de todos os tipos de situações devastadoras que possam existir: a falta de água, a selva virando uma savana, oxigênio, a lei de sobrevivência acima de qualquer outra, a luta de poder por terras ricas ainda frutíferas …
Não sei como poderia desenvolver a liderança,a união ou as indiferenças de cada um deles, mesmo Ge e Paola sendo casados … Luta entre mulheres e homens a favor da sobrevivência…
Ge na era da Amazônia 2050, será o único a saber porquê estão ali, e quando a união * dos três acontece, podem retornar do momento que estavam em transe
* mesmo sendo da mesma tribo no começo, eles podem vir a ser rivais no futuro em busca do poder.
Misturando uma lenda de curupira com ficção científica….
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